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Antes de Cister

O Concelho de Alcobaça está integrado no contexto geral da Estremadura Litoral a Norte do Rio Tejo, encerrando testemunhos da passagem e ocupação humana de épocas bem remotas.

Encontram-se abundantes vestígios do Paleolítico em Castanheira e Montes, bem como dos primeiros agricultores e pastores que ocuparam as grutas do Carvalhal de Aljubarrota. Estas grutas - Cabeço da Ministra e Calatras - foram utilizadas para sepultações ou apenas como locais de ocupação temporária.

Relativamente às sociedade primitivas do Calcolítico, existem também marcas da sua passagem ao longo do milénio III a.C., nomeadamente em Ervideira, nas grutas do Carvalhal de Aljubarrota e no Algar de João Ramos. Testemunhando a presença destes povos, foram encontrados vestígios arqueológicos – machados e pontas de lança em cobre em Carvalhal de Turquel, Évora de Alcobaça, Fonte Santa, Casais de Santa Teresa, Carris e na gruta X de Cabeço de Rastinho.

Anterior à Idade do Bronze, entre 1800/1700 a.C. e os séculos VIII/VII a.C., o período Calcolítico revela-nos uma região de forte substrato de utilização do cobre. Os hábitos sepulcrais apontam para a reutilização de locais de enterramento anteriores, designadamente em Carvalhal de Aljubarrota.

Da Idade do Bronze Final encontramos vestígios que comprovam ligações culturais com as chamadas comunidades do Bronze Atlântico, destacando-se os machados de dois anéis em Carvalhal de Aljubarrota, Fonte Santa, Carris e  gruta de Redondas.

Da  Iª Idade do Ferro, entre os séculos VIII a.C. e meados do século V a.C., foram encontrados relevantes vestígios no Bárrio, designadamente as fíbulas de Parreitas, datadas dos séculos VIII/VII a.C.

Da IIª Idade do Ferro, período caracterizado por expressivas alterações na geografia étnica causadas pelas deslocações dos povos de origem indo-europeia para Ocidente, encontramos vestígios na fundação de novos povoados – Collipo (S. Sebastião do Freixo) e Eburobrittium (nas cercanias de Óbidos).  

A  fundação destes povoados foi determinante na introdução de inovações técnicas  (metalurgia e  ferro).

A presença Romana na região de Alcobaça, de forma mais perene no século II a. C., manifesta-se através de valiosos vestígios, nomeadamente no povoado de Parreitas, na villa de Póvoa de Cós e, provavelmente,  num conjunto de povoados menores ainda por investigar.

A presença visigótica é mais conhecida em S. Gião da Nazaré, enquanto que a dos muçulmanos o é em Alfeizerão e na Torre de D. Framondo.

Relativamente ao castelo de Alcobaça, não existe consenso sobre a sua primitiva estrutura, atribuída por alguns autores aos visigodos. Destaca-se uma torre albarrã. Contudo, durante o período da Reconquista Cristã será tomado pelo rei D. Afonso Henriques, tendo sido reparado e reforçado. Entre 1191 e 1195, é novamente conquistado aos mouros pelo Rei D. Sancho I, que o reconstruiu para defesa das povoações, retomando assim o povoamento das terras circundantes.

A ocupação cisterciense iniciada em 1153 com a Carta de Doação dos Coutos de Alcobaça pelo Rei D. Afonso Henriques veio marcar definitivamente o rumo do povoamento e  desenvolvimento desta região.

O pólo principal deste centro é o Mosteiro de Alcobaça, que se ampliou e se prolongou no território através de granjas e quintas,  possibilitando  a conquista de serras e de vales até ao mar fazendo prosperar a região que chegou abastada, fértil e emblemática aos nossos dias.

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