Home Governo de Portugal DGPC Home UNESCO
English Version
thesole

Sanitário

Na Idade Média, foi a água e o domínio do seu controlo, que permitiu às Comunidades Monásticas em conjuntos edificados, alcançarem o mais elevado grau de condições de Higiene e Salubridade, não igualável por nenhuma outra Instituição de então.

As Comunidades Cistercienses, fechadas ao exterior, alicerçavam o seu bem-estar na sua independência e suficiência.

As latrinas constituíam blocos bem ventilados, por vezes de dimensão apreciável e geralmente perto dos dormitórios, com conjuntos de assentos em pedra ou madeira e com descarga directa para um ramo de levada (fluxo de água corrente) que levava de imediato os dejectos produzidos. Não havia assim acumulação de quaisquer matérias orgânicas que viessem a originar contaminação por decomposição ou infestação, sendo tudo prontamente removido pela água corrente, por vezes em intrincadas redes hidráulicas, com retorno ao rio e com separação dos fluxos que serviam as cozinhas ou outras finalidades de utilização.

Neste cenário, é impossível fazer uma história clara das latrinas no Mosteiro de Alcobaça, na certeza porém da sua existência em todos os tempos, com água corrente e em número compatível com a dimensão da População Monástica (também ela cronologicamente variável). Existiriam em mais do que um sítio, dada a dimensão e a importância da Casa Abacial. Há indícios de levadas medievais no complexo da Abadia, há muito substituídas, que permitem tecer teorias (e não mais do que isso) sobre latrinas a servir nos tempos medievos.

O "apagar" de todo um longo historial com a fuga, a extinção, a secularização e a ocupação, levam a que só se possa afirmar ter existido um apreciável bloco de latrinas na Idade Moderna localizado na continuação para Norte da actual Ala entre os Claustros do Cardeal e do Rachadouro, sobre o espaço da Rua D. Pedro V e apanhando as instalações da actual Junta de Freguesia. No subsolo ainda existem vestígios de levadas, num meio subsequente ao desvio para nascente do leito do Rio Alcoa operado no séc. XVI, podendo-se hoje ainda observar algumas desembocaduras na margem esquerda do rio.

As Latrinas foram cedo demolidas, talvez por volta de 1839.

Só a partir de 1957 passaram a existir duas pequenas instalações condignas, edificadas para a visita da Rainha Isabel II do Reino Unido.

rss